quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Como surgiu a tradição do Calendário do Advento?

24 janelinhas, 24 surpresas ...
De há uns anos para cá, começaram a aparecer nas lojas de decoração e supermercados Calendários do Advento para o Natal, geralmente com um chocolate dentro de cada janelinha.

                   


E de onde vem esta tradição?

Uma tradição protestante da Alemanha, caros índios e cowboys…

Até ao século XVI , as crianças recebiam os seus presentes no dia de São Nicolau (6 de Dezembro). No entanto, o reformador da Igreja Católica, Martinho Lutero, figura central da Reforma Protestante, rejeitava a veneração de santos e mudou a tradição.
 A partir daí a troca de presentes passou a ser no Natal.
Para adoçar esse tempo de espera, os protestantes desenvolveram ao longo dos anos muitos costumes e tradições, como o Adventskalender – o famoso Calendário do Advento.

Muitas vezes, as famílias mais pobres pintavam 24 marcas de giz na porta e as crianças podiam apagar uma marca a cada dia. Outras famílias colocavam pedaços de palha na manjedoura e  acendiam velas com 24 marcas . As famílias católicas acabaram por adotpar o Adventskalender e a tradição espalhou-se por toda a Alemanha.

Uma livraria da Igreja protestante em Hamburgo imprimiu o primeiro calendário em 1902, na forma de relógio.
Um ano depois, a editora Gerhard Lang em Munique começou a vender pequenas imagens coloridas que podiam ser recortadas e coladas em 24 campos de uma caixa de papelão. E em 1904 o jornal "Stuttgarter Neuen Tagblatt" publicou um calendário de Natal como suplemento de sua edição.

                     

Mas foi em 1920 que apareceram no mercado os calendários de Advento com pequenas janelinhas de abrir. Por trás delas, havia imagens ou versículos da Bíblia.

Mas durante o regime nazi, os símbolos cristãos foram substituídos por personagens de contos de fadas ou divindades germânicas….

A partir da década de 50, o calendário passou a ser produzido em massa, tornando seu preço mais acessível. 
Atrás de cada janelinha, havia pequenas imagens de cidades com neve, paisagens ou, novamente, motivos cristãos. Alguns calendários também vinham com chocolate ou outros doces.


Actualmente até há Adventskalender com joias, cosméticos e rifas da lotaria.

E muitos são feitos em casa e personalizados de acordo com o gosto de cada família.


                

    

Algumas cidades alemãs têm o Adventskalender em tamanho gigante...


Imaginem prédios ou casas, em que janelas de verdade se abrem... O Adventskalender  maior e mais famoso é no centro de Leipzig. Mede 857 metros quadrados. 
Todos os dias, às 16 horas, de 1º até 24 de Dezembro, abre-se uma janela, onde aparecem motivos de Natal.


Todas as imagens via Pinterest


E agora, quando oferecerem um calendário do Advento aos pequenos índios e cowboys já vão saber a sua origem... 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Índio e cowboy do mês: Vírgínia Otten

Esta encantadora menina que tem um cavalo de madeira igual ao que tivemos lá em casa é a 
Virgínia.



E aqui está a pequena Virgínia com o seu primeiro triciclo com o seu avô, a mãe e a cadela Fifi.


E como nos adorámos fotografias analógicas dos álbuns de família. E deliramos com as cores! E todos os pormenores da roupa e da decoração!


A Virgínia cresceu rodeada de todas estas referências e desenvolveu um dom.

Imaginem bonecos que de tão bonitos  e expressivos parecem ter “ olhos de gente” e levam-nos acreditar que têm vida própria.

Um gato friorento que gosta de beber chá,  uma lebre que tem um amigo ganso, duas senhoras gordinhas e sorridentes que gostam de costurar e um cão orelhudo que tem um ganso de estimação entre outras personagens encantadoras.






          

               


E foi essa a sensação com que ficámos quando conhecemos as criações absolutamente mágicas da Virgínia.

Gansos, lebres, gatos, cães e bonecas absolutamente irresistíveis feitos à mão com todo o carinho e com tecidos suaves especialmente indicados para crianças.

E mantas de retalhos dignas de figurarem em “Uma casa na Pradaria”, uma das séries preferidas da Virgínia.

        

          

E depois de conhecermos um pouco mais da Virgínia, juro que a imaginamos a correr por um prado feliz e com cabelos ao vento seguida da sua família.


Poderão contactar a Virgínia e encomendar peças na sua página de facebook aqui ou no seu blogue "Amo-te Mil Milhões", aqui.

E estas são as suas respostas à nossa entrevista.
E cada vez chegamos mais à conclusão que há um fio condutor invisível que une todos os membros da nossa Tribo.
Leiam as outras entrevistas e vejam lá se não temos razão.
E se têm pequenos índios e cowboys lá em casa, tentem imaginá-los adultos e pensar nas respostas que eles dariam.
É um belo exercício...

 Obrigada, Virgínia por partilhar connosco um pouco do segredo do mundo encantado do “Amo-te Mil Milhões” e bem-vinda à Tribo!


1.      O que queria ser quando era criança?
Não me lembro de pensar nisso quando era pequena. Cresci com os meus avós paternos, que tudo fizeram para que eu crescesse em segurança e com amor, dando-me uma casa, uma família e muito, muito mais. Faltou-me ser filha. Sem saber, era isso que eu queria ser.

2.       Melhores memórias de infância?
Estar sentada no sofá da sala entre a minha bisavó e a minha avó a fazer crochet. A minha avó fazia as rosetas, eu acrescentava-lhes um hexágono à volta e a minha bisavó juntava as peças soltas. A lareira estava acesa, o meu avô via televisão e aquele era o meu porto seguro. À hora de dormir, o sofá transformava-se em cama e a sala passava a ser o meu quarto.
No Verão passava os dias na rua. O meu bisavô pegava em mim e nas minhas primas e em todas as crianças da praceta que nos quisessem acompanhar e íamos ao parque infantil - tão bonito que aquele parque  era– e apanhávamos sacos cheios de pinhões! Havia também casas apalaçadas abandonadas – a aventura que era entrar naquele mundo desconhecido, assustador mas ao mesmo tempo tão tentador. Éramos sempre muitos mas quem tinha a sorte de levar aquele avô para casa era eu.


3.      Livro infantil preferido?
Eu tinha muitos livros. Passava horas no meio deles, mesmo antes de saber ler. Nessa altura eram as ilustrações que me cativavam, claro. Através delas eu podia ganhar asas e voar, eram uma forma poética de me libertar. Lembro-me das ilustrações de Maria Pascual, Marcel Marlier, Joana Isles, Alain Grée... A certa altura senti-me muito próxima de “O Gigante Egoísta”, de Oscar Wilde. Não o largava.


4.      Filme infantil preferido?
O filme infantil preferido é, sem dúvida alguma, Mary Poppins. Não sei com que idade o vi pela primeira vez mas sei que nunca me vou cansar de o ver. É um trabalho impressionante para a época e continua sempre actual e inspirador. Desde que vi Saving Mr. Banks que passei a admirá-lo ainda mais.
Da televisão recordo com saudade Os Cinco, O Sítio do Picapau Amarelo, o Verão Azul e tantos outros. Lembro-me de ficar colada à televisão quando dava a Casa na Pradaria. Queria ser aquela menina que corria colina abaixo. Hoje quero ser a mãe dessa família.

5.      Música infantil preferida?
“Alecrim dourado”, canção popular; “We all stand together”, de Paul Mccartney; “ A roda dos amigos”, de José Barata Moura.

6.      Brinquedo preferido em criança?
A casa de bonecas que o meu bisavô me construiu, grande, com dois andares. Não só a construiu como a decorou com móveis também feitos por si. Infelizmente, a casa não sobreviveu ao tempo mas os móveis estão comigo e estão muito bem para a sua idade. Sinto-me grata por me ter dado algo tão bonito, algo feito com o coração. Foram dias de trabalho e a atenção que deu aos detalhes ainda hoje me inspira. E eu estava lá, sentada a seu lado, a absorver toda aquela magia enquanto trabalhava.
  
7.      Brincadeira preferida em criança?
Ficar todo o dia na rua, até anoitecer, com as crianças da vizinhança. Se faltasse alguém íamos bater à porta para saber o que se passava (e entrávamos casa adentro para o ir buscar). Eram dias longos, férias de verão eternas, a infância no seu melhor. A vida era infinita!

8.      Se pudesse voltar a ser criança o que faria?

Brincava na rua, ficava na cama, ouvia uma história, recebia um abraço, falava sozinha, ria, chorava, sonhava, acreditava, perdia tempo, não fazia nada. Agarrava os meus avós e dava-lhes o melhor abraço do mundo. Dizia a mim mesma que um dia teria uma outra família, uma outra vida. Dizia a mim mesma que tinha nascido para ser feliz.

9.      Fontes de inspiração para o trabalho e para a vida?
A minha infância é a minha fonte de inspiração. As pessoas com quem cresci, que tinham tanto de velhos sábios quanto de eternas crianças que acreditavam na vida e a viviam com gosto. A casa, que era um duplex mas aos meus olhos era um palácio onde tudo se criava, onde toda a família se reunia, onde eu tinha espaço e silêncio também. Aquilo que não vivi, que ficou cá dentro por crescer como uma semente sem chuva também me inspira e quase aos quarente anos descubro que algumas mágoas antigas podem, afinal, florir. Muitos dos meus trabalhos carregam consigo um pouco de tudo isso e eu bordo mais um sorriso e tudo se transforma.

10.   Blogues e sites que segue habitualmente?

SouleMama, Froken Skicklig,  Inside a Black Apple, Ann Wood, Fig & Me, Kate Davies Designs, Foxs Lane são alguns dos blogues que gosto de seguir. Algunssigo há anos e sinto que já faço parte da família. Gosto particularmente daqueles que me mostram vidas interessante e inspiradoras de uma forma mais descontraída, natural, honesta. Aqueles que são bonitos mas demasiado encenados acabam por me aborrecer. Há que ter uma mensagem, uma partilha, algo a acrescentar – mas que seja verdadeiro e único, sem medo de arriscar.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Bolos para uma mesa de Outono.


No seguimento do post anterior, recebemos um e-mail da Ana a pedir ideias, inspirações para um bolo de Outono.

Gostou tanto das sugestões das mesas de Outono que queria um bolo de aniversário especial para alguém que lhe é muito especial.


E como adoramos um bom desafio, estas são as nossas sugestões para Bolos de Outono, seja para um aniversário, um casamento ou simplesmente uma comemoração da vida.

Bolos repletos de elementos naturais e sazonais e com um toque rústico como nos gostamos.

E esperemos que vocês também.





                



                 













       Todas as imagens via Pinterest

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Sugestões de decoração para Mesas de Outono


Sim, chove.
Começa a fazer frio e temos vontade de hibernar ou emigrar rumo ao Sol.
Se forem índios alérgicos como nós, então o Outono é uma desgraça...fungar, espirrar num verdadeiro chinfrim e suspirar pelo Verão...

Mas há algo inevitavelmente mágico no Outono: a luz das folhas.

E foi essa luz que nos inspirou para este selecção de mesas de Outono.
Pensem num bom vinho, uma tábua de queijos, variados tipos de pão, uvas, velas e elementos decorativos naturais.

E este é o resultado.

















       Todas as imagens via Pinterest



Mágico, não é?

Um bom fim-de-semana!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O Dia de São Martinho explicado às crianças.



Hoje, dia 11 de Novembro é Dia de São Martinho.

Em Portugal é tradição fazer-se um grande magusto, beber-se água-pé e jeropiga. Esta é também uma altura em que se prova o novo vinho, produzido com a colheita do ano anterior. Como diz o ditado popular, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.
Mas de onde vem a tradição?

Martinho, nascido na Hungria em 316, era um soldado. filho de um também soldado romano. O seu nome foi-lhe dado em homenagem a Marte, o Deus da Guerra e protector dos soldados. 


Num dia frio e chuvoso de inverno, Martinho seguia montado a cavalo quando encontrou um mendigo. Vendo o pedinte a tremer de frio e sem nada que lhe pudesse dar, pegou na espada e cortou o manto ao meio, cobrindo-o com uma das partes. Mais à frente, voltou a encontrar outro mendigo, com quem partilhou a outra metade da capa. Sem nada que o protegesse do frio, Martinho continuou viagem. Diz a lenda que, nesse momento, as nuvens negras desapareceram e o sol surgiu. O bom tempo prolongou-se por três dias.

E esta é a nossa parte preferida da lenda:  por norma, na véspera e no Dia de São Martinho o tempo melhora e o sol aparece. Este acontecimento é conhecido como o Verão de São Martinho.
E não é que hoje tivemos sol em Lisboa?


Curiosamente, ainda hoje São Martinho é santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos restauradores (hóteis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e dos soldados.

De acordo com alguns autores, como José Leite de Vasconcelos e Ernesto Veiga de Oliveira, a realização dos magustos remonta a uma antiga tradição de comemoração do Dia de Todos os Santos, onde se acendiam fogueiras e se assavam castanhas. Em outros países, como na Alemanha, acendem-se fogueiras e fazem-se procissões, e em Espanha matam-se porcos, tradição que deu origem ao ditado popular “a cada cerdo le llega su San Martín” (“cada porco tem o seu São Martinho”). 



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