Este mês temos um verdadeiro índio e cowboy como
entrevistado.
Sim, é o primeiro rapaz nesta secção.
Este menino sorridente é o Paulo.
Quando tirou esta fotografia brincava com berlindes, ao
pião, fazia aviões de papel, perdia-se no mundo encantado dos livros e sonhava em ser astronauta.
Na verdade, ainda faz isto tudo. E, para nós, é astronauta e
muito mais.
Digamos que temos uma admiração especial pelo Paulo, por poder
continuar a brincar, enquanto trabalha e ainda apanhar o seu foguetão todos os
dias e descobrir novos planetas e estrelas e galáxias desconhecidas.
O Paulo faz magia.
É ilustrador de livros.
E de murais. E muito mais.
De certeza, que já viram as suas ilustrações em muitos
livros, em escolas e bibliotecas.
Conheçam o site do Paulo http://www.paulogalindro.com/pg/inicio.html
, o seu blogue pintarriscos.blogspot.com
e sigam-no no facebook www.facebook.com/PauloGalindro.
1.
O
que queria ser quando era criança?
Lembro-me aos 6 anos de verbalizar
pela primeira vez os meus 3 sonhos, e desde aí nunca mais os larguei: ser
astronauta, desenhar casas e pintar livros. Ao fim de 43 anos sou arquitecto,
ilustrador e quanto a ser astronauta.... Bem, num país onde a cultura é tão
valorizada pelo nosso governo, sei que um dia vou enriquecer com esta coisa de
ilustrar livros, e vou poder comprar uma viagem à lua. Enquanto isso não
acontece, posso sempre desenhar foguetões ou criar outros planetas.
2.
Melhores memórias
de infância?
São tantas, que é difícil escolher.
A portabilidade por exemplo... O calor e a protecção do colo dos meus pais era
uma das vantagens de ser portátil. Os natais. O cheiro do lar. As idas ao
jardim com o meu pai. Os Fizz, que é um gelado fabuloso. E acima de tudo, uma
das memórias que traçou o meu destino: quando o meu pai me levava ao trabalho
dele (ele trabalhou a vida toda em artes gráficas, ou seja, imprimia livros), e
me punha em cima de uma enorme folha de papel. Do alto dos meus gloriosos 90
cm, aquela folha era um imenso universo de papel, onde eu, Deus-Criança, podia
povoá-lo com todas as criaturas possíveis e imaginárias.
3.
Livro infantil preferido?
Detesto a designação "Livro
infantil". Só serve para ajudar a arrumar as livrarias. Vou por isso
provocar... "Cosmos", de Carl Sagan, que me ensinou que a ciência é um
brinquedo a descobrir, e que o universo é o nosso parque e recreio infinitos. Mas
também podia ser "O Principezinho" de Saint-Exupéry (na verdade, estão
ao lado um do outro na minha estante).
4.
Filme infantil preferido?
"E.T", de Steven
Spielberg, e "Shane", um filme lindo de cowboys realizado por George
Stevens, que tem um dos finais mais arrebatares e emocionantes que já vi (já o
vi 7 vezes, e deixa-me sempre com um papillon na garganta). E porque há sempre
uma criança dentro de nós, posso ir um pouco mais à frente com "História
interminável" de Wolfgang Petersen. E se andar ainda mais para a frente,
"Forrest Gump" de Robert Zemeckis e "O Fabuloso destino de Amélie"
de Jean-Pierre Jeunet.
5.
Música
infantil preferida?
Todas as músicas das séries que
faziam (e fazem) as delícias do pessoal da minha geração: Heidi, Marco, Abelha
Maia, As Maravilhosas Cidades de Ouro, Verão Azul, Conan - O Rapaz do Futuro,
Dartacão, Os cinco, A Árvore dos Patafúrdios. Ah! Como é que me podia esquecer
da banda sonora do filme "Yellow Submarine" dos "The
Beatles"? Um pecado dos grandes.
6.
Brinquedo preferido em criança?
O mítico Lego (que ainda hoje me
deixa com borboletas na barriga, sempre que tenho de ajudar os meus filhos a
montar uma nova construção ) e um boneco articulado estilo Action Man, que nas
minhas mãos (e nas mãos da minha mãe, que que lhe costurou as roupas que a
minha imaginação ditava) foi tudo e mais alguma coisa: Astronauta, soldado, polícia,
pára-quedista, mercenário da Legião Estrangeira, mergulhador e sei lá mais o quê.
Esse boneco ainda existe no cesto de brinquedos dos meus filhos (cheio de
arames a segurar-lhe os membros e outras partes inconfessáveis, e com uma
enorme falta de cabelo, em jeito de presságio para com o seu amigo de infância,
que também é careca), numa luta diária por um espaço cada vez mais exíguo
devido a um sem número de brinquedos mais modernos, que tal como as tupperwares
e respectivas tampas lá de casa, parecem ter hábitos de procriação.
7.
Brincadeira preferida em criança?
Construir aviões de papel (paixão
que ainda não me abandonou), jogar ao berlinde e ao pião. Era um mestre Zen
nessas nobres artes, sobejamente conhecido na península de Setúbal e arredores.
8.
Se pudesse voltar a ser criança o que faria?
Brincaria muito mais. Desenharia
muito mais. Arriscaria muito mais. Seria menos tímido, e teria dado um beijo à Isabel,
a menina que morava mesmo à minha frente e que nunca soube que eu gostava dela.
E partindo do princípio que "voltar a ser criança" pressupõe uma
viagem no tempo, diria de mim para mim: "Paulo, puto, não cometas a
asneira de crescer... É um embuste... Manteres intacto o teu espírito de criança
é a única forma de não te deixares corromper por este mundo maluco!".
9.
Fontes de inspiração para o trabalho e para a vida?
Para o trabalho: Oliver Jeffers,
Rebecca Dautrémer, Stephen Hawking, Ludovico Einaudi, Mozart, Sigur Rós,
Budismo, Carl Sagan, Fernando Pessoa, Hayao Miyazaki, os meus filhos, os filhos
dos outros, Miró, Banksy, Os Gémeos, Matisse, Corto Maltese, o Surrealismo, o
mar, o sol, dióspiros com canela, as nuvens, a lua, o Amor, as estrelas...
(estava aqui o resto do dia, mas a sensatez diz-me para não o fazer)
Para a vida: Porque a vida imita a
arte que imita a vida, exactamente o mesmo que me inspira no trabalho.
10. Blogues e sites que segue
habitualmente?
Um milhão deles... Tenho tantos subscritos na
aplicação Feedly, que nem sei por onde começar... Ora bem:
Estes são apenas uma amostra que pretendi fosse eclética.
Envolve muitas das minhas paixões... A música, arte urbana, a ilustração, a
filosofia, a poesia, a fotografia, a publicidade, a criatividade em geral. Há
muitos, muitos outros. Destaco ainda os Staff Picks da Vimeo, e esse
maravilhoso mundo que é o Pinterest.
Se quiserem saber mais, vão ao meu blogue pintarriscos.blogspot.com. Há lá muita coisa para se entreterem.
Yaaaaahhhhhhh...
ResponderEliminarI'm a poor lonesome cowboy
I've a long long way from home
And this poor lonesome cowboy
Has got a long long way to home
Over mountains and over prairies
From dawn 'til day is done
My horse and me keep riding
Into this settin' sun
I'm a poor lonesome cowboy
But it doesn't bother me
'Cause this poor lonesome cowboy
Prefers a horse for company
Bot nothing against women
But I wave them all goodbye
My horse and me keep riding
We don't like being tied
[Lonesome cowboy]
[You've a long long way to go]
[To go ...]
[To go]
Brilhante, Paulo!
ResponderEliminarParabéns!
Tinha 1 livro com ilustrações suas e agora vou estar atenta!
Rita