Querida Tribo,
Em primeiro lugar, temos de confessar que DETESTAMOS
Halloween.
Mascarar criancinhas e bebés de drácula,
fantasma ou abóboras de olhar maligno para comemorar o " Dia das
Bruxas"?
Como é que se explica a uma criança que é giro
mascarar-se de uma "coisa feia e má"?
Dizemos que é para afugentar os "maus
espíritos" e vemos o "Exorcista" em família?
Bom, mas vamos à história do Halloween …e tirem
as vossas conclusões…
Há muito tempo atrás, mais precisamente no “
tempo dos Celtas”, que habitaram a actual Grã-Bretanha e França entre o ano 2000 e o
ano 100 antes de Cristo, a noite de 31 de Outubro, indicava o início do
Samhain, uma importante celebração que marcava três factos: o fim da colheita,
o Ano-Novo celta e também o início do inverno, "a estação da escuridão e
do frio", um período associado aos mortos.
Os celtas acreditavam que, durante a noite de 31 de Outubro,
fantasmas, demónios e fadas malignas ficavam à solta.
No Samhain, os sacerdotes faziam enormes fogueiras, à volta das quais as
pessoas se reuniam para queimar oferendas e sacrificar animais, com o intuito
de agradar aos mortos.
Para afugentar os “maus espíritos”, os celtas “mascaravam-se” com
peles e cabeças de animais, julgando assim serem confundidas pelos fantasmas
como um seu semelhante.
E deixavam leite, comida e vinho para acalmar os “visitantes
do além”...
E como é que isto chegou aos
nossos dias ? 
Muito tempo passou e na tentativa
de acabar com estes festejos pagãos, o papa Gregório III consagrou o dia 1º de Novembro,
o Dia de celebração de Todos os Santos. Surgiu daí a palavra “Halloween”,
originada de “all hallows eve” , ou seja, "véspera do dia de Todos os
Santos". Assim, o Papa
tentava substituir a celebração celta por uma comemoração semelhante, só que
com rituais cristãos.
Durante as festividades pedia-se comida e, geralmente, as famílias
ofereciam os chamados soul cakes (bolos da alma), como uma forma de
agradecimento pelas promessas dos pedintes rezarem pelas almas dos familiares mortos. A
distribuição desses bolos era instigada pela Igreja, como forma de substituir o
antigo hábito de presentear os “espíritos errantes” com comida e vinho. Mas a
prática tornou-se popular entre as
crianças até chegarmos ao moderno trick-or-treat/ doçura ou travessura… e
ao “pão por Deus” do dia 1 de Novembro,
Os imigrantes europeus levaram para os EUA a tradição do Halloween. Na segunda
metade do séc. XIX, os EUA receberam uma nova vaga de imigrações, constituída,
essencialmente, por milhões de irlandeses que procuravam escapar à fome. Esses
imigrantes ajudaram decisivamente a popularizar a comemoração do Halloween em
solo norte-americano.
E o resto é a velha máxima americana do “Money makes the worl go round”. Os
americanos gastam aproximadamente US$ 6 biliões por ano com as comemorações…
.jpg)
Curiosamente a abóbora só posteriormente foi acrescentada ao Halloween
e tem a sua origem nos países escandinavos. A lanterna feita com uma abóbora
oca veio da lenda de um homem chamado Jack, a quem foi negada a entrada no céu
e no inferno. No céu, pela sua maldade e avareza, no inferno por pregar
partidas ao próprio diabo. Condenado a deambular pela terra como espírito até o
almejado dia do juízo final, Jack colocou uma brasa brilhante num grande nabo
oco, para que o caminho fosse iluminado durante a noite. A abóbora chegou à
Europa e ao resto da América graças à difusão dos meios de comunicação, às
séries e aos filmes importados.
E se o "Halloween" se transformou no
Carnaval dos americanos, nós não precisamos disso. Para festa profana, temos o
nosso bom, velho e animado Carnaval de que já falámos aqui.
Resta-nos o consolo de imaginar o Papa Gregório III a amaldiçoar o nosso Governo
e a Troika por terem acabado com o feriado do 1º Novembro...
