Porque o Zé Carioca tem tudo a ver com o Carnaval...

Para quem acha que o Blu do "Rio" é o papagaio, aliás a arara azul mais cool que apareceu no  campo da animação, desengane-se. E, note-se, que nós adoramos o filme.

Muitos anos antes, os estúdios da Walt Disney criaram o mítico Zé Carioca, o papagaio mais malandro, simpático e com samba no pé de todos os tempos.



Em 1941,  incumbido de zelar pela "Good Neighbour Policy" que que fazia parte dos esforços dos Estados Unidos para reunir aliados durante a Segunda Guerra Mundial, Walt Disney viaja pela América latina com uma equipa de ilustradores a pretexto de buscar inspiração para a criação de novos personagens.

 

Ficaram hospedados no Copacabana Palace e  montaram ali uma espécie de miniatura dos estúdios que Disney e seu irmão Roy controlavam em Burbank, na Califórnia, de modo a  que os visitantes brasileiros pudessem ter conhecimento de como funcionava a criação de um desenho animado.

No Brasil, os cartoonistas Luis Sá e José Carlos de Brito e Cunha ajudaram Disney a desenvolver a figura e a personalidade do papagaio “Zé Carioca”, “ personagem concebido para ser a síntese dos laços de amizade entre os estados Unidos e o Brasil”.

                    

Em 1942, ao ser apresentado  nos Estados Unidos, ao músico José do Patrocínio Oliveira,  famoso músico que acompanhava Carmen Miranda, Walt percebeu e visualizou de imediato o papagaio José!  Joe para os americanos e Zé para todos nós.

Nascido na cidade de Jundiaí em 1904, o violonista e cavaquinista, chamado pelos amigos de Zezinho, tinha um bocado de trejeitos. “Ele era todo rapidinho, não parava de se mexer nem de falar”, conta o director de TV José Amâncio, que foi muito próximo do músico. “Não é que Zezinho tivesse um jeito parecido com o do personagem. Ele simplesmente era o Zé Carioca!”

E assim se fez história...foi o nosso músico, José do Patrocínio Oliveira (que não era carioca, mas de São Paulo) que deu a voz ao nosso Zé Carioca em "Alô Amigos" (1942) e "Você já foi à Bahia? (1944)"

“Disney dizia que o Zezinho tinha até nariz de papagaio. E o levava para o estúdio, botava um chapéu nele, dava um guarda-chuva na mão dele e pedia para ele andar, sambar, rebolar... Os desenhistas ficavam assistindo para fazer o papagaio se mexer do mesmo jeito. E o Zezinho dizia: ‘Mas eu não sei rebolar, sou paulista!’”

Se a viagem de Disney ajudou a resolver um problema diplomático do governo Roosevelt, serviu, também, para ajudar a Disney a solucionar problemas financeiros. Com a guerra, o importante mercado cinematográfico europeu, à excepção do Reino Unido, tinha sido fechado para os filmes americanos. 

                             

Uns bons anos mais tarde, Zé Carioca, tal como actualmente o Blu do "Rio" foram alvos de fortes críticas ideológicas por caricaturarem o Brasil (o malandro que detesta trabalhar, vive na farra, recusa qualquer compromisso e se interessa apenas por mulheres, samba e futebol).

Politiquices e estereótipos à parte, o que interessa é que este charmoso papagaio continua a ter uma legião de fãs e permitiu que se criassem obras-primas como estas que devia ser de visualização obrigatória para todos os nossos queridos Índios e Cowboys miúdos e graúdos especialmente nesta época Carnavalesca:

E há mais...quem resiste a estas havaianas, t-shirts, almofadas e carteiras do Zé Carioca?

                      

                                                                               

                            

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Via Farm Rio e ONG OrientaVida