Esta encantadora menina que tem um cavalo de madeira igual ao que tivemos lá em casa é a
Virgínia.
E aqui está a pequena Virgínia com o seu primeiro triciclo com o seu avô, a mãe e a cadela Fifi.
E como nos adorámos fotografias analógicas dos álbuns de família. E deliramos com as cores! E todos os pormenores da roupa e da decoração!
A Virgínia cresceu rodeada de todas estas referências e desenvolveu um dom.
Imaginem bonecos que de tão bonitos e expressivos parecem ter “ olhos de gente” e levam-nos acreditar que têm vida própria.
Um gato friorento que gosta de beber chá, uma lebre que tem um amigo ganso, duas senhoras gordinhas e sorridentes que gostam de costurar e um cão orelhudo que tem um ganso de estimação entre outras personagens encantadoras.
E foi essa a sensação com que ficámos quando conhecemos as criações absolutamente mágicas da Virgínia.
Gansos, lebres, gatos, cães e bonecas absolutamente irresistíveis feitos à mão com todo o carinho e com tecidos suaves especialmente indicados para crianças.
E mantas de retalhos dignas de figurarem em “Uma casa na Pradaria”, uma das séries preferidas da Virgínia.
E depois de conhecermos um pouco mais da Virgínia, juro que a imaginamos a correr por um prado feliz e com cabelos ao vento seguida da sua família.
Poderão contactar a Virgínia e encomendar peças na sua página de facebook aqui ou no seu blogue "Amo-te Mil Milhões", aqui.
E estas são as suas respostas à nossa entrevista.
E cada vez chegamos mais à conclusão que há um fio condutor invisível que une todos os membros da nossa Tribo.
Leiam as outras entrevistas e vejam lá se não temos razão.
E se têm pequenos índios e cowboys lá em casa, tentem imaginá-los adultos e pensar nas respostas que eles dariam.
É um belo exercício...
1. O que queria ser
quando era criança?
Não me lembro de pensar
nisso quando era pequena. Cresci com os meus avós paternos, que tudo fizeram
para que eu crescesse em segurança e com amor, dando-me uma casa, uma família e
muito, muito mais. Faltou-me ser filha. Sem saber, era isso que eu queria ser.
2. Melhores memórias de infância?
Estar sentada no sofá
da sala entre a minha bisavó e a minha avó a fazer crochet. A minha avó fazia
as rosetas, eu acrescentava-lhes um hexágono à volta e a minha bisavó juntava
as peças soltas. A lareira estava acesa, o meu avô via televisão e aquele era o
meu porto seguro. À hora de dormir, o sofá transformava-se em cama e a sala
passava a ser o meu quarto.
No Verão passava os
dias na rua. O meu bisavô pegava em mim e nas minhas primas e em todas as
crianças da praceta que nos quisessem acompanhar e íamos ao parque infantil -
tão bonito que aquele parque era– e
apanhávamos sacos cheios de pinhões! Havia também casas apalaçadas abandonadas
– a aventura que era entrar naquele mundo desconhecido, assustador mas ao mesmo
tempo tão tentador. Éramos sempre muitos mas quem tinha a sorte de levar aquele
avô para casa era eu.
3. Livro infantil preferido?
Eu tinha muitos livros.
Passava horas no meio deles, mesmo antes de saber ler. Nessa altura eram as
ilustrações que me cativavam, claro. Através delas eu podia ganhar asas e voar,
eram uma forma poética de me libertar. Lembro-me das ilustrações de Maria
Pascual, Marcel Marlier, Joana Isles, Alain Grée... A certa altura senti-me
muito próxima de “O Gigante Egoísta”, de Oscar Wilde. Não o largava.
4. Filme infantil
preferido?
O filme infantil
preferido é, sem dúvida alguma, Mary Poppins. Não sei com que idade o vi pela
primeira vez mas sei que nunca me vou cansar de o ver. É um trabalho
impressionante para a época e continua sempre actual e inspirador. Desde que vi
Saving Mr. Banks que passei a admirá-lo ainda mais.
Da televisão recordo
com saudade Os Cinco, O Sítio do Picapau Amarelo, o Verão Azul e tantos outros.
Lembro-me de ficar colada à televisão quando dava a Casa na Pradaria. Queria
ser aquela menina que corria colina abaixo. Hoje quero ser a mãe dessa família.
5. Música infantil
preferida?
“Alecrim
dourado”, canção popular; “We all stand together”, de Paul Mccartney; “ A roda
dos amigos”, de José Barata Moura.
6. Brinquedo
preferido em criança?
A
casa de bonecas que o meu bisavô me construiu, grande, com dois andares. Não só
a construiu como a decorou com móveis também feitos por si. Infelizmente, a
casa não sobreviveu ao tempo mas os móveis estão comigo e estão muito bem para
a sua idade. Sinto-me grata por me ter dado algo tão bonito, algo feito com o
coração. Foram dias de trabalho e a atenção que deu aos detalhes ainda hoje me
inspira. E eu estava lá, sentada a seu lado, a absorver toda aquela magia
enquanto trabalhava.
7. Brincadeira
preferida em criança?
Ficar
todo o dia na rua, até anoitecer, com as crianças da vizinhança. Se faltasse
alguém íamos bater à porta para saber o que se passava (e entrávamos casa
adentro para o ir buscar). Eram dias longos, férias de verão eternas, a
infância no seu melhor. A vida era infinita!
8. Se pudesse voltar
a ser criança o que faria?
Brincava
na rua, ficava na cama, ouvia uma história, recebia um abraço, falava sozinha,
ria, chorava, sonhava, acreditava, perdia tempo, não fazia nada. Agarrava os
meus avós e dava-lhes o melhor abraço do mundo. Dizia a mim mesma que um dia
teria uma outra família, uma outra vida. Dizia a mim mesma que tinha nascido
para ser feliz.
9. Fontes de
inspiração para o trabalho e para a vida?
A
minha infância é a minha fonte de inspiração. As pessoas com quem cresci, que
tinham tanto de velhos sábios quanto de eternas crianças que acreditavam na
vida e a viviam com gosto. A casa, que era um duplex mas aos meus olhos era um
palácio onde tudo se criava, onde toda a família se reunia, onde eu tinha
espaço e silêncio também. Aquilo que não vivi, que ficou cá dentro por crescer
como uma semente sem chuva também me inspira e quase aos quarente anos descubro
que algumas mágoas antigas podem, afinal, florir. Muitos dos meus trabalhos
carregam consigo um pouco de tudo isso e eu bordo mais um sorriso e tudo se
transforma.
SouleMama,
Froken Skicklig, Inside a Black Apple,
Ann Wood, Fig & Me, Kate Davies Designs, Foxs Lane são
alguns dos blogues que gosto de seguir. Algunssigo há anos e sinto que já faço
parte da família. Gosto particularmente daqueles que me mostram vidas
interessante e inspiradoras de uma forma mais descontraída, natural, honesta.
Aqueles que são bonitos mas demasiado encenados acabam por me aborrecer. Há que
ter uma mensagem, uma partilha, algo a acrescentar – mas que seja verdadeiro e
único, sem medo de arriscar.
Adoro o blog da Virginia! Muito obrigada!
ResponderEliminarGostei muito desta entrevista :) Obrigada pelo convite!
ResponderEliminarQue entrevista tão bonita. A vida é tudo isso e esses bonequinhos levam vida por isso. Sei que as crianças são felizes quando brincam com eles.
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