O Marcel
Marlier, ilustrador dos livros da
“Anita” merece definitivamente um lugar no Céu ou em alguma ilha paradisíaca.
Se ele soubesse a quantidade de meninas portuguesas nascidas
na década de 70 que inspirou, sorriria e teria a noção de dever cumprido.
A nós, só nos resta enviar uma mensagem de agradecimento ao
Marcel (onde quer que ele esteja) e prometer que continuaremos a passar de
geração em geração com muito carinho os livros da Anita.
Tudo isto a propósito da encantadora Carla, a menina desta
fotografia.
A Carla
cresceu rodeada de livros da Anita, tornou-se designer e apaixonou-se pelo
Pedro.
E desta
paixão, nasceu a Anita Picnic – os cestos para piquenique mais charmosos do
mercado.
Os cestos são feitos à mão, por artesãos nacionais segundo desenhos
e indicações dadas pela Carla e Pedro. Alguns são totalmente propostos por eles
outros são adaptações de modelos clássicos.
O design de padrões utilizado no têxtil, têxtil é feito pelos parceiros MAGA
Atelier e os tecidos são produzidos e confeccionados em Portugal.
Podem ver e comprar os cestos e restantes produtos em www.anitapicnic.com
E nós adoramos a história contada tão bem por eles: “Pedro Pires e Carla Cantante vivem apaixonados. Um pelo outro e pelas coisas bonitas que os rodeiam. Gostam de design, de música, de arte e de crianças. Gostam de viajar. Gostam de ler deitados na erva. Gostam de dançar até tarde. Gostam de coisas velhas que são novas e coisas novas que parecem velhas. Gostam de brunch e mergulhos em lagoas. Gostam de areia nos pés e sorrisos nos olhos. Gostam de jardins e de fazer picnics com os amigos.
Anita Picnic é uma ideia original de Carla Cantante e Pedro Pires que depois de anos a criar marcas para outros decidiram fazer uma para eles.”
1. O que queria ser
quando era criança?
Era
grande a minha imaginação o que fazia com que tivesse inúmeras preferências e vontades
para quando crescesse mas as que mais me marcaram foram: vendedora de peixe,
cantora de ópera ou apresentadora de TV.
Parte
das minhas férias de Verão eram passadas na Figueira da Foz. Todos os sábados
ia ao mercado comprar peixe com a minha avó e reparava nas mulheres que vendiam
o peixe e o modo como apregoavam. Tudo me fascinava, a energia, as roupas mas
principalmente os pregões. Sempre que regressava a Lisboa e, durante muito
tempo, recriava essas mesmas mulheres e os seus pregões até enlouquecer os
vizinhos. Mais tarde, veio a vontade de querer ser cantora de ópera. A minha
tia-avó era uma espectadora assídua das óperas que passavam no Canal 2 e houve
uma altura em que costumávamos ver juntas. Era o programa dos nossos serões.
Com o passar do tempo fiquei fixada naquelas personagens e na forma como
cantavam.
No
fundo, acho que gostava era de fazer barulho!
Depois,
influenciada pela minha prima começamos a fazer programas de televisão. Era
preparado o telejornal, a novela e o típico concurso de tv dos anos 80. À noite
apresentávamos a quem estivesse por perto.
2. Melhores memórias de infância?
Os piqueniques
em família, o coreto, as férias de Verão, o cheiro dos caracóis acabados de
fazer, as amoras, os passeios de bicicletas à la Verão Azul, o acampamento de arqueologia em Foz Côa, a banda da
música, o sótão, os jogos de ping-pong, as noites quentes, a Nutela no pão, as
urtigas, a casa na árvore, os baloiços de madeira, as lagoas, o primeiro beijo.
3. Livro infantil
preferido?
Os
livros da Anita, claro! O meu pé de laranja lima, os livros Sophia Mello Breyner,
Os Cinco,
o Diário do Adrian Mole e mais tarde, Agatha Christie. As revistas Vogue trazidas
do estrangeiro pela avó da minha amiga que mais tarde me foram presenteadas.
4. Filme infantil
preferido?
“Dumbo”, “Pinóquio” e “O Mundo
fantástico de Oz” da Walt Disney, “E.T.” de Steven Spielberg, e a “História Interminável”de
Wolfgang Petersen.
Música infantil preferida?
É impossível escolher apenas
uma música no meio de tantas que me influenciaram e me saltam à cabeça assim
que volto atrás no tempo. Todas as músicas dos filmes que referi acima, dos desenhos
animados que via: Sítio do Picapau Amarelo, a Heidi, O Marco, Tom Sawyer e das séries
mais tarde que assistia: O Verão Azul e os Cinco. E dos muitos vinis do meu
pai, havia David Bowie.
5. Brinquedo
preferido em criança?
Bonecas
de papel, cubo mágico e o view master.
6. Brincadeira
preferida em criança?
As brincadeiras
de férias com as minhas primas. A preferida eram as partidas que fazíamos à
minha tia-avó Eugénia. Todos os dias, preparávamos meticulosamente um disfarce
para a irmos abordar. Umas vezes éramos turistas perdidas, outras vendedoras
ambulantes, etc. O guarda-roupa e a maquilhagem eram preparadas no dia anterior
sempre meticulosamente pensado. A noite que antecedia a partida, passávamos a
noite em claro, ansiando pela partida do dia seguinte. Tudo tinha de estar
perfeito porque tínhamos a certeza que não iríamos ser descobertas.
7. Se pudesse voltar
a ser criança o que faria?
Fazia tudo igual. Sou uma
afortunada na infância que tive e não tenho arrependimentos. Tudo aconteceu
como tinha de ser e na altura certa.
8. Fontes de
inspiração para o trabalho e para a vida?
No trabalho são várias as referências
e vêm de sítios tão dispares que se torna difícil referenciar todas. No geral
vêm da moda, street art, arte contemporânea, da música, da infância, das
exposições, das viagens.
Para a vida são as pessoas mais
próximas que me acabam por influenciar: o meu filho, o meu namorado, os meus
pais, minha avó e os meus amigos.
Os blogues
são muitos e muito variados e é sempre obrigatório consultá-los antes de
começar um dia de trabalho. O Tumblr enche-me o dia com imagens bonitas e
depois há todos os outros que passam por dar referências de moda, life style,
arte, música como por exemplo:
Que máximo! E a história da Carla e do Pedro parece a cena inicial do UP da Pixar!
ResponderEliminarV.