Porque hoje é Dia do Pai.
Porque não queremos colocar imagens ou mensagens comerciais e ultra-exploradas alusivas à data.
Porque soubemos de um pai que teve de fazer um "trabalho de casa" para a escola do filho...
E porque esse pai não se importou de partilhar com os "Índios e Cowboys" a sua versão da história....
Garantimos que vale a pena ler.
"O dia começou cedo, naquele 13
de junho: pelas 04.00 da manhã a Teresa começou a sentir algo de diferente das
outras noites e dias – como se batessem levemente à porta. Insistentemente,
espaçadamente. Pelas 08.00, ante a persistência, decidimos sair e rumar às
Descobertas, numa manhã tranquila de Santo António. Mudava o turno na CUF e as
indicações que deram faziam crer que o tempo não urgia, que o Pedrinho iria
chegar nesse dia mas não de manhã.
Que fazer, então, para simultaneamente
o entreter e motivar e para que a ânsia se tornasse simplesmente emoção? O mar
e o ar, a terra e o fogo, tudo junto como sempre na Vida. E por isso, vagueámos
entre canteiros na Expo, visitámos o Oceanário, andámos de teleférico e
apanhámos o sol quente de junho enquanto comíamos virados para o Tejo, forte e
calmo, azul-sereno.
Pelas 14.00 horas, o Pedrinho
já estava decidido e a Teresa agarrava-se às árvores sentindo as raízes de si,
de ambos, enquanto subíamos para a Clínica.
O obstetra (Pedro, também ele)
seria então chamado e viria ainda a caminho de longe, do sul, viajando talvez à
rapidez da luz, enquanto os preparativos decorriam e um “pré-Pai” não sabia
exactamente o que fazer, confirmando por isso a (sua) opinião de que de pouco
servem os Pais no momento em que tudo se transforma: em que a natureza é Mãe,
em que de dois se passa a três; em que do conhecido se parte para um novo mundo
de descoberta constante.
Talvez por isso, a única
palavra certa para definir esses momentos seja “amor”, com tudo o que a mesma
contém de emoção, de ânsia, de curiosidade, de dádiva, de descoberta, de
entrega, de admiração perante o que nos transcende. E foi assim que ele chegou
(pelas 18.15) e o vi pela primeira vez: com uma touca azul-bebé, dormindo
placidamente entre os lençóis brancos, magoado das tenazes que o ajudaram a
nascer e nessa mistura de ternura e espanto que não se consegue explicar.
Isto, claro, antes de perceber
que tinha vindo de Kripton, numa nave azul*, como o Super-homem."
* O Pedrinho nasceu com icterícia e teve de ir para a "máquina de banhos de sol"...
Boys will be boys! :)
ResponderEliminarM.
Um pai que conta com esta sensibilidade a chegada do filho , que imprime nesta prosa-poética todas as sensações vividas, só pode ser UM GRANDE PAI!
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